8/29/2010

Bem eu.

" Por favor,por favor
Não leve a mal esse jeito intrigado
Essa alma de quem tem andado
Por ai sem saber o que vem depois
Por favor,por favor
Entenda primeiro,julgue depois
Se possível,não julgue mais
Já fui julgada pelos quatro cantos
Por favor,por favor
Pare de procurar encanto
Sou perdida no meu próprio engano
Defeitos fazem parte de mim
Só sorrio se estiver a fim.
Por favor,por favor
Não me leve a mal,
Eu prefiro ser levada a sério
Mas só na estação do inverno."

Sobre o ontem e o hoje.

Deitada na minha cama vem uma idéia fugaz de saber o "porque" de todas as coisas que tenho feito e sentido desde que,bom,desde que me importo comigo mesma. Me vi,dentro dos meus pensamentos antigos,sendo alguém que eu jamais seria hoje. Vaga demais,correta demais e procurando sempre acertar em tudo que faz. Me entendo e me perdoou. É mesmo bastante difícil você ter uma personalidade forte quando se tem apenas dez anos de idade e pessoas fortemente manipuladoras que você considerava seu ídolo ao seu lado te dizendo como é para ser feito. Como um cão sem dono,sem pestanejar,eu fazia sem saber que um dia eu cresceria e mudaria. E mudaria de hábitos,de lugares,de modos. Hoje sou tão jogada ao léu e gosto. Hoje me pego parando em frente a livrarias com vontade de assalta-lá e levar todos os livros para casa. Ah,gostaria também de poder roubar uma maquina de capuccino. Não vivo com pressa,com medo ou com ansiedade de fazer algo mas se quero algo,quero já! E vou a luta,não mando ninguém ir por mim. Quem quer sou eu,pois que seja eu que faça e conquiste e vença ou seja eu que perca. Mas que seja eu. Acho hilário o modo como as pessoas levam a vida. Com pressa. Como se vinte e quatro horas não fossem o suficiente para se fazer tudo. Mas,o que sei da vida?Pouco sei. Na verdade,nada sei. Não quero aprender também. Tenho medo de começar a ter medo do que hoje não tenho medo:O mundo! Por falar em medos,eu os tive e acho que os tenho,ainda. Só não sei do que tenho medo. Quando mais nova,tive medo de não ser aceita pela sociedade. Criaram uma imagem para mim de que se você não fosse linda,magra e loira nada faria sentido para você. Fui criada em um mundo supérfluo que,por alguma glória,eu mesma me libertei. Hoje ouço rock sem ter medo de alguém me dizer que as músicas falam sobre ódio ou amor. Escuto mpb clássicos,os atuais são selecionados. Não saio com qualquer um,tenho selecionado amigos e amores. Seleciono livros,também. Mas seleciono tudo que eu acho que pode me acrescentar,o que não puder... venha assim mesmo!Se não for me fazer mal que venha pelo menos por uma boa ou má experiência.

I'm back.

E tenho dito. E tenho te ligado. Faz mais de mês que não me retorna um telefonema ou uma das milhares de cartas que tenho mandado. Pensei em passar por ai e saber o que está acontecendo mas não sei se vou ou se fico,na verdade eu não sei o que te falar ou perguntar. Às horas estão passando depressa essa semana,achei que era de manhã e o sino soou meio-dia,três badaladas foram o suficiente para me alertarem. O inverno acabou. Você não era o mesmo. E eu,bom,e eu? O que restou de mim no fim?Não sei bem. Ando vaga,por ai,sem saber se volto ou se sigo,pra que lugar eu não sei. Pensei em voltar e dizer um oi mas eu perdi seu endereço e telefone. Não que eu não saiba de cor,só preferi optar pela amnésia. Os anos estão correndo mais rápidos do que eu consigo viver uma só noite. O claro,o escuro,o dia,a noite. Não tenho visto o céu por essas semanas,nem a luz do dia. O quarto do hotel não é tão agradável comparado ao nosso ninho. Tudo aqui é esquisito e diferente,e eu achava que Paria seria um bom lugar para esquecer os males. Você vai voltar?Porque eu estou me acostumando com essa vida vadia na qual você me deixou. Posso ser encontrada em qualquer bar da esquina,com um salto quebrado,com as unhas vermelhas e descascadas,com a maquiagem borrada,com nada na cabeça e um fogo enlouquecido na espera de afeto. Estou tão ruim de mim mesma que poderia beijar e transar com qualquer mendigo por ai. Mudei de idéia,voltarei para teus braços e então,se não me quiser,poderá dizer olhando nos meus olhos que o amor cessou,eu mereço pelo menos um fim trágico partindo do seu lado,não do meu. Sou trágica o suficiente para mim mesma,preciso que alguém me cause uma tragédia além daquelas que eu causo a mim mesma. Não escreverei mais,não telefonarei. Espero que goste de surpresas vagas. Eu estou voltando,baby!

8/28/2010

O dia em que nos perdemos de nós.

Era cedo ainda,se não me engano estive acordada desde quando o sol saiu.Você acordou e então nos enfrentamos por alguns minutos.Eu sorri,você revirou os olhos e levantou-se assustado,apressado,atrasado. Em menos de um minuto vi você pegar suas roupas e sapatos e sumir porta a fora do meu apartamento. Não nos despedimos. Levantei e encarei janela à fora. Trânsito matinal era tudo que poderia se ver da janela do meu quarto,na verdade era a única coisa que chamava atenção ao olhar para baixo. Sai da janela,cambaleei até o guarda-roupa e tirei uma blusa sua,uma das milhares que eu te dera e você fazia questão de esquece-lá aqui. Dei alguns passos curtos até chegar na cama e deitei novamente,rolei por ela com a intenção de chegar na escrivaninha que se encontrava junto a minha cama. Em cima dela pude observar nosso retrato,a nossa primeira foto juntos por algum bar em alguma viela sem era nem bera,procurando embriagar-se pra esquecer da vida. Lembrei da noite em que nos conhecemos. Lembrei de como fomos cuidadosos até avançar para o namoro. Lembro-me de como me olhava nos olhos e do modo hostil que me arrancava gargalhadas. Lembro-me,também,o modo como me acarenciava e como me arrancava suspiros por baixo do cobertor. Voltei a realidade quando o telefone tocou e era você. Embaralhando-se nas palavras,falando rápido e sem nenhum sentido ouvi você dizer,por fim,que aquele era o término. Deixei o telefone cair das minhas mãos que não já não conseguiam parar de tremer. Fui até o espelho e tentei olhar o que tinha de errado. Voltei a realidade,novamente,e corri para o telefone. Você já tinha desligado. Retornei a ligação e não ouvi nada do outro lado além de uma secretária eletrônica pedindo pra deixar uma merda de recado. Não deixei nenhum recado. Parei,analisei o quarto,como se eu estivesse procurando algo e na verdade eu estava procurando,estava procurando por você. Fui a última a saber que já tivera terminado esse relacionamento,não sei o que estava sustentando e não sei porque não me dei conta disso antes. Apesar de eu ser honesta comigo mesma eu ainda não tinha aceitado. Peguei o retrato em cima da escrivaninha e joguei com toda minha força contra a parede,fazendo virar milhões de pedacinhos de vidro. Minha cabeça rodava,minha mente não conseguia focar em nada que me fosse util. Resolvi agir por impulso. Vestir-me,como quem se veste para ir para o abatedouro ver animais serem crucificados. O tempo estava contra mim,o dia estava passando mais rápido do que começou. Tomei o elevador e na porta,para minha felicidade,consegui um táxi. Não conseguia pensar em nada no caminho para a casa dele. Tentei ligar novamente,avisando que há poucos minutos estariamos frente-a-frente. Eu tinha uma cópia da chave do seu apartamento. Desisti de ligar e subir as escadas,algumas vezes eu tropecei,outras vezes eu cair por conta das lágrimas que estavam nos olhos e não me deixavam enxergar. Não quis bater na porta,ele poderia não me atender. Tirei do bolso a chave,coloquei na fechadura e abri a porta como quem está a espera de um presente empolgante. Procurei usar passos silenciosos e ao mesmo tempo rápidos. Você estava na sala,um café em uma mão e um cigarro em outro. Havia muito tempo desde a última vez que eu o vi fumando. Desmoronei ali mesmo,não consegui dizer uma só palavra que pudesse expressar toda dor que eu estava sentindo naquele momento. Ele entendeu e me acompanhou em um silêncio doloroso,apenas me abraçou e deu-me um beijo na testa. Eu o abracei como uma criança abraça alguém de confiança por estar com muito medo de algo. Eu estava com medo de como seria o amanhã. Ele era a minha vida e toda minha adolescência,e toda minha metamorfose e todas as minhas manhãs,tardes e noites,e todos os lugares mais belos para o qual já fui. Ele era,ele estava e sempre estaria em tudo que eu imaginasse,pensasse ou falasse. Ele então quebrou o silêncio.
- Espero que um dia você possa me perdoar. - Disse ele com um tom de voz suave,como se soubesse exatamente o que estava passando comigo.
- Eu não posso perdoar algo que eu não esteja de acordo. - Enxuguei as lágrimas do rosto. - Esse é o dia em que você se perdeu de mim.
Levantei,o fitei pela última vez,coloquei a chave em cima da mesa e sai. Desci as escadas uma de cada vez,acho que eu estava começando a contar cada degrau. Algo na minha garganta estava arranhando,me sufocando. As lágrimas eram amargas,dolorosas e sofridas. Cheguei até a portaria,demorou para que aparecesse um táxi livre,não me importei com tamanha demora. Fui para o meu apartamento e deitei,e sofri e não me olhei no espelho por dias,semanas,meses. E me perdi de mim mesma. Não sentia fome,sede,medo,angústia,não conseguia mais chorar ou me perguntar o porque. Me prendi em um mundo que criei para mim mesma onde ninguém mais conseguiu entrar. Passaram-se meses,foram os seis meses mais longo da minha vida. O telefone tocou numa manhã ensolarada de verão,eu estava pronta para passar o dia na cama me remoendo por ele ainda ser a minha vida. Atendi o telefone depois de quatro ou cinco toques.
- Alô? - Minha voz falhava.
- Eu sinto muito! - Do outro lado,uma voz amorosa e ao mesmo tempo culpada. Era minha mãe. - Ele,bom,enquanto você esteve trancada por esses meses dentro do seu apartamento,ele não conseguiu se perdoar pelo que fez com você e então,na noite de ontem ele se jogou na frente de um caminhão no caminho para alguma cidade vizinha.
Minha respiração congelou. Eu não consegui piscar os olhos. Minhas mãos estavam suadas e trêmulas. Puxei o ar do fundo do peito,sacudi a cabeça e retruquei.
- Você está me dizendo que ele se matou? - Eu rezava para ser uma brincadeira.
- Estou. E sinto muitíssimo. Ele deixou um bilhete para você,quer saber o que dizia?
- Sim!O que dizia? - Tremi.
- "Querida,quando disse há seis meses atrás que eu tinha me perdido de você,tinha razão,eu me perdi. Não posso explicar o motivo pelo qual te deixei mas hoje eu deixo a vida por você. Espero que me perdoe por faze-lá sofrer tanto tempo sem saber a verdade. Lembre-se,eu te amo e você ainda será minha vida,além da eternidade. Esse é o dia em que nos perdemos de nós."
Desliguei o telefone assim que soube que era o fim do bilhete. Procurei uma caixa em baixo da cama na qual você guardava seus pertences. Descobri que você já planeja isso há muito tempo. Ali,dentro da caixa,havia uma camisa sua e uma arma embrulhada nela.
- Que coisa piegas. - Pensei em voz alta. - Pena que não posso viver em um mundo em que você não exista.
Peguei um papel e uma caneta e rabisquei algumas palavras,logo depois peguei a arma,destravei-a e puxei o gatilho.

No bilhete em que escrevi estava escrito:"Hoje é o dia em que nos encontramos novamente"

8/25/2010

Por trás dos olhos.

O que há de novo para ser visto?Eu não tinha visto nada de novo nesses últimos meses.Na verdade,não tinha visto nada de novo nesses últimos anos.Era uma rotina cansativa na qual eu era obrigada a seguir.Eu odeio regras quando não sou eu que as faço.Odeio rotina quando sou eu quem precisa seguir.Meus passos estavam cansados de pisar pelos mesmos lugares,meus olhos estavam perplexos por não conseguir ver cores novas ou pessoas diferentes.Sou a base de mudanças.Mudo toda hora,mas,por algum motivo que nem eu mesma sei,eu fui um outro alguém por esses meses.Alguém que não vive,que não sai,que não sente,que não está ai,na verdade,alguém que não está nem aqui.Estive fora,em órbita.Estive mais longe de mim mesma do que já estive de alguém.Me senti nua sem minha alma por perto.É essas horas que eu detesto admitir que eu tenho uma alma que sente,principalmente,amor próprio e amor pelos outros mas não necessariamente nessa ordem.Faz tempo que eu não sei o que é sentir algo novo.Sentir algo,qualquer coisa,já bastaria.O que há de ruim em ser um vegetal?Eu não sabia até me tornar um.É cansativo,é monótono,é instável também.Mas quando estamos assim,sem nada pra fazer,pensar ou sentir é quando o destino(ou seja lá o que for) nos prega uma peça,uma grande peça,mudando nossas rotinas,o brilho dos olhos,o tom das cores e as estações do ano.Quando isso acontece,o tal do bem querer,é mágico e sinistro.É algo que eu não desejo a mais ninguém porque é uma explosão de sentimentos em menos de um segundo mas é tão bom de se sentir que sou egoísta a ponto de não querer compartilhar com mais ninguém esse sentimento.É apego,apelo,apreço.O breu ficou claro e por trás dos olhos meus já não se ver mais mágoas,não vejo mais tristezas.Seja lá quem for você ou o que for você,obrigada!Obrigada por me lembrar que aqui dentro ainda bate um coração,essa carne ainda sente dor e que dos olhos as lágrimas ainda saem.Talvez essa seja minha última gratidão,mas que seja.O importante é saber que por trás desses olhos eu vejo um mundo novo e agora ele também é colorido.

8/24/2010

Depois do inverno.

Mês de junho.Um casaco nunca foi o suficiente pra aquece-lá da forma que ela gostaria.Ela não tinha um par,também.As coisas eram mais complicadas no inverno.Ela havia deixado de lado seu café quente e seu caderno poético.Nas mãos,agora,uma garrafa de whisky lhe fazia companhia.Uma carteira de cigarro em cima da escrivaninha era tudo que ela poderia chamar de "meu".Ela perdeu muita coisa desde o inverno anterior até esse.Ela perdeu seu par,também.Suas poesias não tinham mais sentido pra ela,nem pra ninguém.O café havia esfriado.Seu quarto era o único cômodo da casa na qual ela se sentia refugiada mas,ainda sim,ela sentia-se só.Ela sempre foi só,até encontrar seu par.Seu antigo par.Um ano havia se passado desde o último contato com o mundo exterior.Ela não pensava mais nela nem em nada que a fizesse feliz.O seu último sorriso eu não lembro onde se enfiou.Vejo lágrimas.Oh,sim,essas eu vejo todos os dias.Tenho secado-as também.Um inferno astral é a vida dela,agora.O inverno é só mais uma estação que ela odeia.Mas afinal,o que ela não tem odiado?Até o canto dos mais belos pássaros a irrita profundamente.A única coisa que está ao lado dela o tempo inteiro são seus cigarros e as suas bebidas.Já falei que isso foi o que restou para ela chamar de "meu"?Os dias estão passando cada vez mais longos pra ela.Está sendo difícil conviver e suportar o seu próprio eu mau-humorado.Ela espera dias melhores.Eu também tenho esperado por esses dias.

8/21/2010

Foi apenas um acidente.

Nós somos um grave acidente de trânsito numa noite escura e monótona.Somos um choque um contra o outro.Somos,indiscutivelmente,todos os cacos que sobraram da batida.Eu poderia estar ai,você poderia estar aqui,mas estavamos tão juntos e tão separados naquela noite fria.Estivemos assim por longos anos.Nós nunca nos conhecemos.Bom,eu não o conheci.O que sei sobre você é que és irresponsável.A única coisa que me lembro foi da sua cara de assustado,da minha cara de medo,da adrenalina que eu senti naquele momento.Depois eu não lembro de mais nada.Lembro-me inconsciente,lembro-te desesperado.Mas tranquilize-se,foi apenas um acidente.Somos um acidente.Terminamos e começamos no mesmo dia.Poderiamos estar juntos hoje,poderiamos ter nos conhecidos depois daquele dia.Poderia não haver lamentações,culpas,acusações.Mas teve.Era um acidente que ninguém se importa se foi proposital ou não.Era um lindo e incrível acidente de trânsito numa noite em Berlim.Ruas escorregadias,quem poderia imaginar que toda a chuva daquele outono pudesse fazer tanto estrago na vida de uma,duas,três... de uma família inteira?Não culpe-se.Já se passaram muitos anos desde o nosso acidente.Eu só sinto por não estarmos juntos.Depois de parar de te culpar pelo que me causou,eu percebi o quão maravilhoso você é,o quão maravilhoso foi naquele dia.Naquele outono.Eu sou todo o outono,sou uma pista escorregadia e uma chuva traiçoeira.Eu costumava ser um nada na vida de alguém.Hoje sou todos os seus dias,seus medos,preocupações e arrependimentos.Sou 365 dias da sua vida e todos os seus sonhos e choros.Sou alguém que sou lembrada com dor,com cuidado,com medo.Alguns erros não podem ser consertados.Sou um desses erros.Mas,querido,fomos um lindo acidente de trânsito,não acha?Não culpe-se.Era minha hora de ir.Você apenas me ajudou a chegar do outro lado.Lembrarei-te sempre como um acidente que por incrível que pareça,deu certo.Não pense em mais nada,apenas pense que foi apenas um acidente.

8/16/2010

Ego.

Ela era incrível demais pra qualquer cara que existisse.Ela gostava de literatura e de músicas antigas.Usava óculos de grau e conseguia ser bonita ainda assim.Ela fala três línguas diferentes,e eu mal sei falar a nossa própria linguagem.Ela tem um rosto angelical,um gosto aguçado,um timbre suave de quem pode te tirar o fôlego a qualquer momento.Ela não usa saias jeans e só anda de all star bege.Ela possui um colar que não tira pra nada e uma aliança que eu não sei se é de casada.Ela é parte de mim,embora não saiba.Eu tenho pensado nela todos os dias da minha vida desde a primeira vez que a vi e isso faz mais de cinco anos.Eu a descrevia agora se alguém me perguntasse como ela era.Como ela é.Eu sei tudo que ela gosta de escutar.Ela também gosta de teatro,embora livros sejam sua paixão.Ela coleciona páginas rabiscadas dentro de uma caixa de sapato.Eu nunca soube o que tinha ali dentro,só sabia que era algo importante.Ela não gostava de segredos mas aquilo era um segredo até mesmo pra ela.Ela é diferente do que seus olhos podem ver.Ela está aqui agora,feche os olhos e os abra de novo.Ela já não está mais.Ela é impaciente,inquieta,eufórica.Ela tem um jeito de andar que só eu conheço.Ela consegue sorrir de quatro modos diferentes.Eu sei de cor quando ela usará cada sorriso no dia-a-dia.Ela tem medo de altura,de gatos e de neve.Ela gosta de frio,de coisas novas e de trocar de identidade todas as noites.Ela é radiante.Embora,na multidão,ninguém pare para olha-lá.Tenho medo de que ela nunca saiba quem eu sou.E quem sou eu?Sou a parte dela que a ama demais.Me chamo auto-estima,ego elevado,se achar melhor.

8/02/2010

Passado,presente.

Incrível,mas depois do fim trágico dos romances parece que tudo que você faz ou evita te lembra aquela pessoa.Até dormir consegue te tirar do sério.As músicas,os lugares,as cenas românticas na tv.Tudo bem,lembrar do passado sabendo que ele valeu a pena ser vivido é ótimo,apenas prova o quão importante o seu passado foi para que você queira lembrar dele novamente.Mas há aqueles amores que ainda não acabaram,que ainda arde quando se vêem,que ainda precisa do calor do corpo do outro.É mais difícil quando o outro não sente o mesmo,é como se você no passado dele(a) não fizesse tanto sentindo quanto ele(a) faz no seu passado.Passado ou presente?Resta saber.É intolerável você ver aquela pessoa que você ama,que já esteve com você estando com outra.Sabendo que os abraços deles serão apenas pra ela,que o carinho dele foi ela quem tomou.Uma doce de veneno,por favor.Deveriam vender esses produtos em farmácia.É tão prático deixar a vida por alguém que se ama.É uma forma de amor,até.Mas ainda sim é fraqueza.Como ficamos no passado ou no presente?Apenas estou ciente que o meu passado foi ao teu lado,que o meu presente é sem você e eu vejo algo no meu futuro que eu não queria ter visto.Me vejo só.Completamente só.Sem amigos,família,sem você.Minha garganta dói,arranha,como se algo quisesse saltar do meu estômago pra fora.E quer.Meu coração também quer sair.Existe algum tipo de remédio que lhe deixe sem sentimentos?Inventem,eu preciso de um desses diariamente.