3/29/2011

Sem você,paraíso sem cor.

Eu tentei buscar você de uma maneira desesperada,tentei e fui atrás de você como uma criança pequena que não entende o que é certo e errado e mesmo assim vai fazer de novo aquilo que ela recebeu um "não" como resposta. Não sou esse tipo de pessoa que fica,que ajoelha,que planeja,que molda,que substitui realidade por fantasias,mas posso te garantir que sou a pessoa que vai tentar mais uma vez,sou a pessoa que vou atrás mais uma vez mesmo dizendo repetidamente que vai ser a última mas todos sabem que é apenas uma das vezes em que vou atrás. Sou desse tipo de pessoa mal amada mesmo,que resmunga,que acha tudo incerto,que vê defeito em qualquer coisa e que julga a maior parte do tempo mas quando estou com você,me transformo. Vejo pássaros e as borboletas,que habitam meu estômago,fazem festa quando te ver. E sem você aqui,o que fazer e como fazer? Me sinto perdida,como um filhote de leão capturado por uma presa e levado embora dos seus laços familiares. E eu prometi escrever o quanto eu pudesse,o quanto eu não aguentasse,prometi escrever pra ti até que minhas mãos entrassem em colapso ou em dormência e me desculpe se eu não cumpri mais essa promessa,como muitas das quais faço pra ti,mas acredite no agora: te quero perto,te quero quieta,te quero de coração aberto. Sem medos,sem ressentimentos,sem essa de triângulo amoroso,sem mais banalidades,sem os olhares e os pensamentos dos outros. Quero que sejamos eu e você por um bom tempo,não precisa me prometer nada,não te prometerei também,apenas quero que fique perto,sem certeza de nada,sem um sorriso de manhã ou talvez com buquê de rosas na porta do colégio,você é quem sabe. Me surpreenda,como você vive fazendo e eu farei o mesmo,como nunca deixo de fazer. E o medo que ainda nos possui? Pega minha mão e fecha os olhos,pensa forte,pensa positivo por que o que for pra ser,pequena,vigora.

3/18/2011

Borboletas no aquário.

Era meio de março quando a cidade foi invadida por borboletas,centenas dela. Invadiu o banheiro daquele colégio e logo depois invadiu a sala,criando um tumulto imenso pra alguém tão inofensivo. Ah,mas são só borboletas dançando no ar,trazendo com elas a chuva de março nessa cidade tão quente. Pra mim,nada acontece por um mero acaso e as borboletas eram sinais de que algo estava por vim,e veio. Veio chuva numa sexta-feira matinal,a cidade mais calorosa do país tornou-se a cidade mais cinzenta do dia. Poucos graus e casacos para todos,um copo de café quente e menos frio possível,assim seria. E as borboletas invadiram a cidade por que? Alegram meu dia de terça feira quando uma pousou no meu ombro e o resto das pessoas gritavam incontroláveis,como se aquele pequeno ser vivo fosse algo que pudesse mata-las. Assustou uma professora que saiu da sala e abandonou seus alunos,assustou a menina dos cabelos assanhados mas não assustou a mim e nem a outra garota da minha frente. Uma então pousou na minha mão,quis fecha-la e levar para casa para lhe pôr em um recipiente para que não fugisse mas ainda existe vida ali e sei que borboletas são como eu: liberdade,é isso que imploro! E antes do próximo pensamento fútil,bateu asas e voou pra fora daquela sala,deixando um vazio nas minhas mãos e um alívio para o resto do mundo. Voltou-se a ser como antes,a sala meio lotada com a professora meio desconfiada com os alunos meio encabulados e eu com a meia verdade de que algo aconteceria. Voltou ao normal. Mas ainda haviam borboletas pousando na janela. Só eu vi.

3/10/2011

Outro amor se acabou.

Só eu que sinto? Do vazio deixado e do meu eu abandonado,só eu que fico pra trás depois de anos tentando algo que é em vão? E o gosto da coca-cola após um cigarro fica com aquele gosto de refrigerante de limão,aquele que odiamos. E o que ficou desses longos meses,eu te pergunto e você diz pra mim com aquele sorriso torto e aquela covinha danada que fez eu me apaixonar por você todos os dias daqueles meses: eu sinto muito. Eu também sinto. Sinto muito por te deixar partir,sinto muito por te amar mesmo com toda a encrenca que você me causa e com toda dor que você me trouxe depois desse abandono. Te ligo,invento histórias,invado sua sala mas ali você não está. Eu quero e corro atrás,você somente ignora deixando o ar pesado depois do seu típico sorriso de bom moço,coisa que você não é. Engana-se quando pensa que vivo sem ti,quando sabes que beijei outros caras e parei no bar da esquina com as amigas pra tomar um conhaque,engana-se por que estou tentando te esquecer,estou tentando te afogar naquela bebida,estou tentando acordar amanhã e esquecer você,mas juro por Deus que amanhã de manhã posso esquecer meu nome mas de você eu não consigo. E a memória que fica? E as fotos reveladas? Fotos reveladas! Me diz,hoje em dia quem revela foto pra deixar no álbum de recordação? Só eu,por puro prazer de me ver sangrar por dentro e deixar transparecer pelo lado de fora. Só eu que acordo quase gritando de dor,essa mesma dor que você dizia sentir quando eu te deixei pela primeira vez,essa mesma dor que me assombra da cabeça aos pés,me revira do avesso e me faz sentir a pior pessoa do mundo. E o que resta de nós? Bom,o que resta de mim,agora? É quase um nada. De tanto sofrer,de tanto chorar,de tantas borboletas no estômago queimadas pelo inseticida que é você,eu me joguei profundamente em um abismo. Abismo que só eu me acho,só eu me perco,e me recolho toda as noites feito uma bola e me esqueço mas te lembro. Mas fique aqui,mesmo com esse sorriso torto de quem não sabe o que quer,de quem sabe que vai me machucar mas vai me ajudar se ficar mais um pouco,fique aqui. Se arrependa depois e deixe-me arrependeres junto a ti em outro momento mas se não quiseres ficar,parta! Parta com tudo: veias,vasos,pulsação,córneas,pulmão,fígado e meu coração porque sem você aqui,eu não preciso mais existir.