1/09/2013

Temporada do frio.


Outro amanhecer ensolarado na cidade mas o meu peito continua coberto pela neve, pela camada de gelo e pelo frio trêmulo que você deixou enquanto passava uma pequena temporada habitando meu coração.

Não vejo outra saída. Continuo acordando na mesma cidade, continuo a mesma pessoa mas a dor é um tanto mais violenta a cada novo dia. Como se o tempo não fosse curar nada. Como se o tempo que passasse, a cada maldita hora que passara, fizesse de você um assombro eterno pra minha mente.

Não choro mais. Meu coração quebrado e gelado não permite que eu emita emoção alguma. Não há vontade de chorar, de sorrir, de sofrer. Ninguém reconhece minhas expressões, ninguém mais sabe como lidar comigo. Não sei mais quem sou ou quem me tornei depois de você.

Soa doentio quando alguém me ouve resmungar pelos cantos do apartamento o quanto é dolorido. O quanto de mim você levou, o pouco de mim que ficou.

Amanhã amanhecerá outra vez. Será só mais um dia normal para todo o resto da humanidade. Mais um dia doloroso e assombrado com lembranças tuas, pra mim. Haverá um tempo de paz, eu sei que haverá. É do ser humano esquecer e deixar pra lá, por mais que doa e por mais que demore. É tempo! E o tempo está passando.

Amanhã doerá, talvez depois de amanhã também. Daqui há alguns meses, quem sabe, anos, ainda doerá. Mas em algum tempo haverá de passar. Eu não preciso desse gelo no meu coração, eu não preciso de você nas minhas lembranças. Eu só preciso de tempo e esse, eu sei, está a meu favor. 

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