Mas,
se fosse possível, eu queria te fazer entender sobre tudo que carrego no meu
peito. Eu queria te contar sobre como sempre parece primavera quando você
aparece e como todo o resto, dentro de mim, parece florido.
Queria te mostrar
como pode ser bonito as estrelas pegando o oeste da cidade, onde nada funciona,
onde ninguém se habilita ir, onde poderia ser apenas nós dois por algum tempo.
Eu queria, mesmo, que você ligasse o rádio um dia e aquela musica que você
lembra de mim tocasse e você decidisse me ligar nem que fosse pra me dar um boa
noite.
Eu posso te dizer o quão bonito é a cidade inteira iluminada apenas pela
lua mas não adiantaria, ela continuaria sendo a mesma cidade sem graça se não
fosse você ao lado para iluminar não só o meu ponto de vista sob a cidade mas o
meu coração, também.
Eu posso te falar sobre como é sempre primavera no meu
coração, como tudo aqui é florido e vibra quando você surge. Eu posso, também,
te contar que se o amor fosse descrito em cores, eu o descreveria da mesma cor
dos seus olhos castanho escuro.
Eu posso te levar para o oeste, onde nada
existe e ninguém se habilita ir, seria o nosso lugar de fuga e, quem sabe, o
nosso plano de fuga. Eu posso sorrir pra você sem pensar nas consequências do
que aquilo pode vir a ser futuramente. Eu posso ama-lo de todo o meu coração
sem medo de que um dia você quebre os meus planos, sonhos ou coração. Estou
pronta pra te falar sobre tudo isso.
Mas por enquanto você iluminar o modo como
eu vejo as coisas mais bonitas por ter você ao lado me parece mais certo do que
qualquer palavra, do que qualquer declaração. É sobre pupilas dilatadas e
corações acelerados, não sobre palavras e sons efusivos. É sobre o amor e a sua
maneira mais bonita de ser interpretada.
É sobre o castanho escuro dos seus
olhos.
Título sobre o texto: é um trecho da música de Renato Russo (Legião Urbana), Tempos Perdidos e não meu.
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