12/05/2012

Engole essa emoção, coração!

Eu nunca quis mudar o mudo. Eu nunca quis ser exemplo a ser seguido. Eu nunca quis vestir uma farda, bater continência e dar o meu melhor na guerra ou na paz. Tudo que eu queria, a minha vida inteira, era compreender o que se passa no coração das pessoas. Eu acredito muito quando me dizem que ninguém no mundo é tão ruim quanto a gente pensa e nem tão bom quanto a gente imagina, cada pessoa tem potencial pra destruir uma nação ou reconstruir a mesma. A diferença é o que se passa em seu coração. Se vejo que sente ódio é irrelevante gritar ou soltar palavras, entrará por um ouvido e sairá pelo outro e continuará possesso da sua raiva. Assim como quando está feliz: não adianta falar, a felicidade transbordará a ponto daquele ser achar que ninguém é tão feliz quanto ele e que pode sair por aí espalhando sua felicidade a cada instante. Eu tenho um compromisso com a neutralização e é onde eu me perco e me acho. Se eu não escrevo o que sinto ninguém sabe o que se passa aqui dentro. Com o tempo e com o mundo fatal em que vivo aprendi a não demonstrar por expressões o que eu sinto e isso tem funcionado muito bem, assim só interfere em minha vida quem eu acho que deve. Tem dias que estou a ponto de chorar feito menina pequena, tem dias que estou a ponto de gritar tão alto minha felicidade que acordará a vizinhança inteira, mas não o faço. Pondero as atitudes. Não demonstro raiva porque, apesar de injusto com aqueles que não o fazem, as pessoas tendem a usar aquilo contra mim. Não demonstro felicidade, também, porque é nesses pequenos momentos inconstantes que eu vejo o quão mal alguém pode ficar com meu sorriso de orelha a orelha. Não rotulo minhas emoções! Não é que eu seja um ser humano falso por não demonstrar expressivamente o que eu sinto, é que assim como todo e bom ser humano eu carrego no peito uma porção de medo e tormento das pessoas que por aqui já passaram, bagunçaram, fizeram as malas e partiram pra nunca mais voltar. Eu só sou transparente no espelho, quando estou a sós com a única pessoa que eu realmente sei que posso contar e que não fará do meu estado emocional uma guerra ou um carnaval. Talvez eu me prive muito por ser dessa forma mas, com certeza, evito que qualquer um chegue por aqui e faça o que achar melhor dentro de mim e, como um cílio, de repente se esvaia no ar. 

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