3/14/2012

Fadiga frequente.

Julgaram-me culpada assim que meu coração fechou as portas. Ninguém parou para escutar minha história, ninguém parou para entender o meu lado, todos só sabiam julgar e me dizer suas verdades inconsequentes, sem saber o meu lado do enredo. E meu coração, grande impostor, cansou-se também do julgamento e foi dormir. Batia, ainda batia porque era necessário manter-me viva ainda, mas já não havia por quem bater. Depois que fechou as portas para as chegadas de novos seres passou a ser extremamente frio, passou a olhar sem mais delicadeza, sem mais detalhismo. Era frio, impiedoso e calculista. Tramando contra qualquer pessoa que aproximasse por mais um metro de sua porta. Mas ninguém entendeu. Ninguém entendeu que eu, a menina que vivia com o coração aberto para novos inquilinos, não tive culpa se meu coração já não aguentava mais tanta porrada, tantos curativos um atrás do outro, tantas decepções. E ninguém procurou entender que o meu coração estava cansado demais, cansado de esperar, cansado de sentir, cansado de ser paciente. E eu e meu coração já estávamos cansados de amar.

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