7/11/2011

Que dó, que dor.

Que menina mais sofrida, gente. Logo ela que vivia sorrindo pelos quatro cantos do mundo. O que o mundo fez pra ela ser assim hoje em dia? Aliás, que sofrimento é esse que faz ela implorar todo santo dia pra algo novo aparecer na sua vida e a distrair do mundo real que te assusta? Sei não, viu. Acho que ela tem usado muitas coisas psicodelicas pra viver assim. Como pode, alguém em perfeita consciência se tornar alguém tão sombrio em apenas algumas semanas?
A gente nunca sabe o que se passa com ela. Tão calada. Tão vazia. Solidão lhe acompanha aonde for. Que dó. Que dor. Sinto muito mas não posso fazer nada a respeito. Estou aqui se quiser conversar mas conversar nem sempre ajuda. Chorar ajuda. Nem sempre, também. Mas existe alguma coisa que ajuda, sei disso. Remédio, chá, psicólogo? Colo de mãe também ajuda mas acho que ela perdeu a confiança em todo mundo pra deitar no colo de qualquer ser humano e falar sobre a dor ou ficar só ali, sem falar nada.
Deve doer pra burro viver assim sem paz, sem vida, sem aliança com o amor, né? Sei não, só acho. Na verdade, acho nada. Acho que ela tem que pegar essa coisa toda e dar uma volta pra espairecer ou dar uma sacudida no seu próprio mundo pra que as poeiras que ficaram posso ir embora com o vento.
Fácil falar da dor de um outro alguém que não se pode sentir, né? A gente até tenta se colocar na pele, na alma, no osso mas nunca é a mesma coisa. Compaixão nem sempre é algo bom. Geralmente as pessoas acham que compaixão tem a ver com pena. Sei disso não, moço. Tenho compaixão por qualquer ser que respire e precise ou queira minha ajuda.
Dizem que o tempo ajuda, né? Vai saber. Quem sabe num tempo próximo ou distante ela saia dessa amargura e se ponha de pé outra vez pra querer bater de frente com a vida. Quem sabe. E se ela não quiser mais viver? Tadinha. Que pena. Pena ou compaixão? Sei não. Viu o que eu falei? Todo mundo sente pena no final. Que dó. Que dor.
Falando nisso, senti medo. E se eu não consegui ver mais o brilho nos olhos dela? Ou quem sabe, ela não queira mais sair do seu mundinho obscuro? Ou quem sabe... ela queira viver melhor em uma outra vida.
Existe outra vida após essa? Sempre quis acreditar que sim mas como reza todo filho de Deus: suicídio te leva pro inferno. Se não levasse, muita gente já teria se matado, né? Sei não, nem quero saber. Inferno deve ser ruim pra caramba. Paraíso deve ter seu lado bom apesar de você não ser mais humano. Sei lá. Será que você, depois da morte e quando estiver tanto no céu quanto no inferno, sente? E se sente, o que sente? Cada lugar tem um determinado sentimento ou tu é livre pra sentir o que quiser? E se não quiser sentir, será que dá? Sei lá.
Dói em mim o quanto dói nela mas não necessariamente, sabe? Só dói ver alguém doer. Não me sangra ver alguém sangrar. A gente nunca sabe o que tem por trás de um "estou bem" ou "estou feliz" ou por trás de um sorriso. Queria saber. Poderia tentar ajudar. E acho que conseguiria ajuda-la se ela não fosse tão complexa.
Que menina estranha, gente. Chorando sem motivo aparente. Sofrendo só por sofrer. Será? Deve ser estranho ser estranha pra toda essa gente estranha que nos rodeia. Que estranho.
Ela vai se reergui algum dia, tô sabendo. A gente sempre continua quando não da um ponto final na vida. A gente sempre segue. Mesmo que doa, que sangre, que rasga a alma e carne, mesmo que a gente morra um pouco nesse continuar.
Deus, como eu não queria ser essa menina.

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