4/04/2011

A falta da onomatopéia.

Minhas palavras arranham minha garganta que de tanto tentar dizer alguma coisa bonita para ti,secou. E agora,essa secura inconstante,as palavras na minha mente e eu aqui tentando não atrapalha-las quando te digo alguma coisa. E o que te digo? Há tanto pra falar-te e você sorri de lado,entrelaça os dedos,põe os meus cabelos desarrumados para trás da orelha e inventa uma conversa sobre o tempo e eu perco o chão,de novo. Eu perco o fôlego,fico fatigada,as mãos soam e você me pergunta o que há de errado. Te engano,sorrio e não te conto. Mesmo que as palavras vaguem pela minha mente,desçam para meu coração e se embrulhe no meu estômago que está prestes a subir para a garganta e expusa-lo dali,não digo. Engulo as palavras com remorso,com a dor no coração,com a aceleração acima da média,com o pulsar mais forte do que o de costume e embora eu faça isso todas as vezes,escrevo pra ti depois em um cardeninho que fica na última gaveta da minha escrivaninha e mantenho trancado para que nenhum outro ser humano além de mim - E como eu queria dizer "você" - possa saber do quão forte e inoperante você me deixa no mesmo instante,então é só assim que consigo dizer que te amo,que te guardo muito bem,que quando entrelaça as mãos e joga esse sorriso de lado pra cima de mim me sinto segura. Não há outra pessoa no mundo que escreva tanto sobre seus detalhes como eu,passo horas assim e muitas vezes me arrisco a ir além: te desenho no meu corpo para que cada célula,molécula e todos os meus cinco sentidos saibam que você vive em mim mesmo que não queira. O desenho passa,te gravo em mim com aquelas canetas coloridas e muitas vez são apenas frases espalhadas pelo corpo,quase nunca te desenho por que tenho medo. Tenho medo de desenhar e o passar do tempo te apagar e acontecer isso de verdade,tenho tanto medo disso acontecer que evito qualquer possibilidade de um dia pensar em perder a sua companhia,o teu sorriso torto,o teu entrelaçar de dedos. E como disse,repito: te guardo mais em na minha mente do que com o meu coração porque,poucos sabem,mas sentimos é com o cerébro e o coração apenas sofre as conseqüências do que o nosso cerébro "escolhe". E um dia prometo falar-te sobre as coisas que te escrevo quase sempre e sobre todos os vicíos que tenho adquirido devido a muito tempo com você e pouco tempo de conversação e não,não digo que uma relação seja a base de conversas porque não sou dessas que acha isso. Pra mim,vai além. É química,é olhar,é o entrelaçar dos dedos que só você consegue,é o cheiro matinal,é a vontade de ficar perto,é o sorriso torto,é o beijo na ponta do nariz,é o colocar dos cabelos atrás da minha orelha. E prometo mais,prometo que minha garganta não arranhará quando se prontificar a perguntar sobre meus sentimentos por você,aqueles que eu zelo tanto nas cartas de amor que te entrego mensalmente e quase nunca falo sobre o mesmo. Te prometo,te prometo mas me prometa que quando eu acabar você não vai apenas mudar de assunto e deixar seu barco virar para um lado e o meu descer cascata a baixo.

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