11/02/2010

Um entre tantos mas ainda sim,só ele.

Já estive aqui tantas vezes,algumas vezes você até me acompanhou,outras vezes esteve de longe me observando mas sei que nunca deixou de estar por perto.
Depois de algum tempo,com muito esforço,aprendi a aceitar as minhas próprias escolhas impensadas e impulsivas. Você foi uma delas. Não falo sobre o nosso começo,já que pra esse me preparei bastante antes que fosse chegada a hora mesmo que tenha sido sem sucesso,mas falo sobre o nosso fim.
Eramos,de longe,tão perfeitos e de perto tão inocentes. Na verdade,essa era a maneira como eu descrevia "nós" quando alguém me perguntava sobre tal.
Fui eu quem te deixou,em alguma data daquele começo de julho que,pra mim,foi o mês mais excitante naquele momento mas chegou agosto e setembro veio quase colado com ele e então foi exatamente por ai que eu comecei a observar a verdade:Eu te perdi.
Havia outra. Em tão pouco tempo,havia outra em meu lugar. E doeu,sangrou mas nunca deixei que ninguém soubesse como eu ainda conseguia pensar em você depois de tudo que eu tinha feito pra você,o que eu tinha feito conosco.
Eu te deixei mas tudo estava errado. Era pra alguém ficar feliz na história,e eu esperava que esse alguém fosse eu,honestamente. Mas foi você que levou o final feliz pra casa enquanto eu revivi todos os nossos momentos dia após dia durante todos os meses que passaram e que se passariam desde então.
Dezembro chegou tão amedrontador que viver,naquele momento,deixou de ser um desejo pra torna-se uma obrigação e estava doendo a cada dia um pouco mais,mas o sangramento havia estancado.
Era extremamente irritante o barulho da tv na sala chiando sem a sua risada pra acompanhar qualquer besteira que estivesse por ali. Qualquer coisa era motivo pra lembrar de você ou de como você se vestia,ou como você me olhava,como você por tantas as vezes abriu mão dos teus amigos pra passar uma noite de sábado vendo um filme tão sem graça só pela minha companhia. Nunca dei valor.
A cozinha agora está mais fria,também. Ia lá apenas para pegar algo que me alimentasse,ficar por lá é como ficar perto de você. Minha cozinha tinha seu cheiro,o cheiro do teu perfume e lá no fundo tinha a tua imagem sentado na cadeira junto a mesa me chamando pra ficar contigo,e eu,quase sempre,não ia.
Tenho evitado estar em qualquer lugar que me lembre a você. Não vou mais ao cinema,nem gosto de ir na livraria,odeio passar por ruas que passamos juntos e passar pela porta da sua casa sem ir na direção dela era a coisa mais sufocante do dia. Apertava não só o meu peito,apertava minha alma,e fazia um nó na minha garganta e eu engolia o choro só pra não dar motivos para me olharem.
Ainda me perguntam sobre você e eu tenho me perguntando sobre você,também. Tenho me perguntado por que eu fiz isso com a gente e eu não consigo achar uma resposta.
Janeiro passou,fevereiro chegou e com ele outro. Alguém que surgiu no caminho,que durou mais tempo que você mas não conseguiu chegar nem aos pés da intensidade do que vivemos,nem se quer conseguiu me fazer ficar irritada. Esse era o seu dom. Você era o melhor nisso,em me deixar irritada e depois de um mar de "não" você vinha e eu cedia.
Nunca me acostumei em não te ter por perto,você sempre esteve junto quando eu precisei e quando menos te quis aqui. Quando não esperava,me trouxe por diversas vezes a sua presença,o teu sorriso e o teu olhar parado sobre mim. Eu amava isso.
Os meses que vieram depois foram longos demais pra que eu pudesse conta-los ou me distrair com eles,ainda estão duros demais para me suavizarem mas não doía mais.
Eu quase esqueci o seu sorriso,o eco da sua gargalhada havia parado,quando eu pensava em você era mais com saudade.
Achei que o sentimento estivesse acabado,morrido,que não existiria nunca mais um "nós" e seria dali pra frente "eu e você",separados,mas só pra me contrariar,só pra contraria o meu "nunca mais" que eu tinha dito pra todos os meus amigos quando me perguntavam a respeito de "nós",você volta. E eu? E eu cedo,mais uma vez.
Nunca escrevi nada sobre você por que achei que teria você para todo o sempre comigo e quando tenho certeza que terei algo para sempre costumo abandona-lo,deixa-lo de lado,mas quando eu disse eu te amo naquela virada de noite olhando nos seus olhos e você apenas revirou os seus e não respondeu de volta,eu pensei:Está na hora de escrever algo sobre você,meu carma.

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