11/02/2010

O começo do fim.

Eu quis ir embora,quis não ter motivos pra ficar mas sempre tive. Na verdade,tive medo de ir. Medo de abandonar o que resta. Medo de ter medo,de não conseguir,de falhar ou de nem conseguir seguir em frente. Os dias estão cada vez mais curtos,as horas passam tão rapidamente que nem me lembro mais que horas eram quando deixei de viver pra passar a apenas existir.
Tudo está ficando sem cor,sem nexo,sem verdade. Estou me acostumando ao preto e branco,as mesmas pessoas,as mesmas risadas. Estou me acostumando a escutar minha risada cansada e solitária quando consigo me entreter com um livro antigo achado na estante da sala.
Tenho uma mania esquisita de me matar aos poucos. Começo eliminando as pessoas da minha vida,acabando com os sentimentos que restam,com as verdades que deixaram,com os sonhos que construíram comigo. Jogo tudo em uma caixa vazia denominada "fundo do poço" e arrasto-a para de baixo da cama. Pronto,acabou.
Antes era só matar as pessoas de mim,dos meus dias,dos meus pensamentos que eu já estava feliz mas eu não sabia por que,acho que sempre gostei de sentir saudade;mas ultimamente tenho me matado,de verdade.
Me peguei com um copo quebrado nas mãos,com algum pedaço afiado do que resto daquele cristal e quando dei por mim estava perfurando meus pulsos,arranhando-me,sentindo dor e vendo o sangue se expandir e derramar nos lençóis da cama.
Sempre gostei de sentir dor,sempre achei que ficaria mais viva vendo meu sangue correr por aí mas agora não é mais assim,agora é só por tristeza. É vontade de me matar e não ter coragem,é vergonha de não mostrar os pulsos pra mais ninguém.
Ninguém sabe dos meus medos,não pretendo conta-los,ainda mas o meu maior medo é a solidão,embora eu conviva dia e noite com ele.
Tenho enfrentado meus medos todos os dias.
Ele têm me derrotado em todas as lutas.
Cansei.

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