11/03/2010

Tic-Tac. Tac-Tic.

O relógio bate,apressado,me roubando os segundos,me deixando mais velha a cada momento e não para,não têm dó de mim nem do meu coração partido,muito menos dessa vida partida que levo.
Tudo aqui me deixou saudade,sinto falta de tudo,até do cheiro do perfume esquecido no seu corpo da manhã do dia anterior. Minha maior saudade ainda há de chegar pois sinto falta de algo que ainda não vivi e que já deixei para trás.
Sinto fome de comidas que ainda nem foram fabricadas,de amores que talvez eu nem ei de viver,de noites de insônia que não ei de ter.
Brinco de não me importar,de deixar o tempo passar,de não fazer nada esperando que ainda sim algo mude.
O relógio bateu,é que já passa da meia-noite e ainda estou no meio da semana com um coração meio abandonado,com um dos pulsos meio cortado,com opiniões meio que erradas.
Mas veja bem,tenho aprendido muito com essas sobra de tempo e entendi que nem adianta correr quando não se quer sair do lugar por que sempre voltará para o ponto de partida.
Esse envelhecimento precoce de vida,de juventude,de saúde,me faz ir ao espelho todos os dias com cara de quem viveu mas não vive mais e se perguntar se há algo errado.
Vejo minha alma através do espelho,ouço-a mandando-me viver mas sem essa,preciso de motivos sólidos para continuar respirando,e nem me diga que com o tempo isso passa por que estou esperando passar há muito tempo.

Nenhum comentário: