10/23/2010

O vazio revirando seu travesseiro.

Estou esperando. Esperando o dia em que tudo e todos vão me deixar,esperando que o tempo se arraste e leve de mim esse sentindo que ainda não nomeei. Espero,no caminho da ida,que eu encontre alguém que possa me dar a mão mas se acaso não houver continuarei assim,seguindo,como tenho feito há tanto tempo.
Fui de muitos amigos,de muitos amores mas tudo desapareceu mais rápido que chuva de verão e eu tenho insistido em uma razão lógica para tanto abandono. Sou gente,também. Sinto frio,fome,choro,minto,sorrio e vivo. Algo aqui dentro ainda bate,não por alguém ou por algum motivo,ele apenas bate e quando revelo meus sentimentos com cada palavra que escrevo,parece palpitar aceleradamente.
Perdi pessoas,conceitos,verdades e mentiras no caminho que fiz até aqui e,certo modo,estou feliz. Estou feliz por que dor me faz sentir viva.
A maior dor que existe não é aquela que sentimos quando se ama alguém que não nos corresponde,a maior dor é quando não tem quem amar. A infinita dor é você ter que inventar alguém perfeito para você e acreditar que ele exista e fingir ama-lo,e fingir felicidade. Utopia. Quando colocar os pés no chão saberá que amanhecerá mais uma vez apenas você e seu travesseiro na sua cama e mais ninguém,e mais nada.
Algo vazio,doloroso e silencioso vai abrir a porta do seu quarto e se instalar por lá,e deitará ao seu lado fazendo-lhe companhia e você sentirá tanta dor de não ter alguém que o choro vai chegar,o nó na sua garganta irá surgir e se você for das minhas,cobrirá o rosto com o travesseiro e gritará.
Mesmo quando se é um grito afobado dá pra sentir que é dor,mas só você saberá disso por que amanhã você acordará na sua cama,sozinha,outra vez.

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