9/12/2016

Tempo

Tenho tentado arduamente esperar por você, mesmo que você não tenha pedido por isso e mesmo que tudo em você pareça querer me repelir. Continuo aqui porque, de alguma forma, parece ser a coisa certa a fazer por você e pelo que poderia vir a ser um “nós”.

Confesso que o processo de espera para mim é um tanto complicado, acredito que ninguém goste de sentar e esperar por algo – principalmente quando é incerto -, porque tenho visto as coisas mudarem e o tempo passar sem que nenhum raio de esperança mencione aparecer. E isso me apavora.

A angústia que a ausência causa é terrível. O teu silêncio é mais alto que um tiro. E tudo parece desmoronar quando eu começo a perceber que talvez eu esteja esperando totalmente em vão, que talvez seu caminho tenha sido alterado no percurso e você tenha ido em uma direção completamente oposta ao que eu esperava.

Talvez, no fim disto, eu perceba que mais uma vez o erro foi meu: expectativas geram frustrações desnecessárias. Eu tenho tido essas expectativas surreais de que, por carinho ou descuido, você voltasse de vez e não quisesse mais partir. E eu estou começando a entender que a possibilidade de te ver voltar está tornando-se cada vez mais decaída.

Eu não posso mais lutar por alguém que desistiu, por alguém que não vem, por alguém que não possui a capacidade emocional de se importar o suficiente. Eu não posso mais porque eu já estive tanto tempo em batalhas perdidas, lutando sozinha, tentando que o muro não fosse erguido, para que no fim não restasse nada além de mim e toda minha esperança destroçada. Aprendi que para ganhar uma batalha tão grandiosa você não pode ir a arena sozinha. E é aqui que a espera termina.  

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