Tenho tentado arduamente esperar por você, mesmo que você
não tenha pedido por isso e mesmo que tudo em você pareça querer me repelir.
Continuo aqui porque, de alguma forma, parece ser a coisa certa a fazer por
você e pelo que poderia vir a ser um “nós”.
Confesso que o processo de espera para mim é um tanto
complicado, acredito que ninguém goste de sentar e esperar por algo –
principalmente quando é incerto -, porque tenho visto as coisas mudarem e o
tempo passar sem que nenhum raio de esperança mencione aparecer. E isso me
apavora.
A angústia que a ausência causa é terrível. O teu silêncio
é mais alto que um tiro. E tudo parece desmoronar quando eu começo a perceber
que talvez eu esteja esperando totalmente em vão, que talvez seu caminho tenha
sido alterado no percurso e você tenha ido em uma direção completamente oposta
ao que eu esperava.
Talvez, no fim disto, eu perceba que mais uma vez o erro foi
meu: expectativas geram frustrações desnecessárias. Eu tenho tido essas
expectativas surreais de que, por carinho ou descuido, você voltasse de vez e
não quisesse mais partir. E eu estou começando a entender que a possibilidade
de te ver voltar está tornando-se cada vez mais decaída.
Eu não posso mais lutar por alguém que desistiu, por
alguém que não vem, por alguém que não possui a capacidade emocional de se
importar o suficiente. Eu não posso mais porque eu já estive tanto tempo em
batalhas perdidas, lutando sozinha, tentando que o muro não fosse erguido, para
que no fim não restasse nada além de mim e toda minha esperança destroçada.
Aprendi que para ganhar uma batalha tão grandiosa você não pode ir a arena
sozinha. E é aqui que a espera termina.
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