3/26/2012

Pelas curvas e rodovias.

120 por hora. Sábado a noite. Adele, na rádio, cantava “Someone like you”, minha predileta. No banco de trás eu e mais um, o cinto era curto demais para que eu pudesse pôr. Na frente, mais dois. Fumaça de cigarro pairava dentro do carro. Duas vodkas acabaram de serem jogadas no porta-malas. Rumo a vida, assim eu pensava. O vento no rosto dava a sensação de liberdade, mas, quem de verdade hoje em dia é livre? Paramos em um posto. Abasteceram? Não sei! Corri para a loja de conveniência. Uma carteira de Hollywold, por favor! R$ 3,75. Cigarros costumavam ser mais baratos na época em que eu não fumava. Sai. Lembrei e voltei! Outra vodka. Uma Sky, por favor! R$ 20,00. Cheguei o bolso, a bolsa e a carteira. Única nota de cinqüenta. Entreguei como quem entrega um papel. A moça do balcão me olhava com um ar de quem queria estar no meu lugar. Sorriu quando eu olhei fixamente em seus olhos. Acho que já passara das dez. Sai, outra vez. Dois meninos em frente a loja sorriram pra mim, acenei com a cabeça. Mais em frente, outro carro. Alguns homens dentro dele, não deu pra contar mas vi que eram mais que três. Entrei no carro, dessa vez no banco ao lado do motorista. 150 por hora. Não entendia a pressa para chegar, mas não atestei em nada. Acho que agora tocava Fergie remixado. Vi os carros ficando cada vez mais para trás. Chegamos? Erramos o caminho? Voltamos? Entra nessa curva! Não, pega a rotatória. Pegamos! Lugar onde fora palco do nosso carnaval. Lembramos dos acontecimentos simbólicos e inéditos daquele fim de mês. Rimos um pouco e voltamos a nos concentrar no nada que surgia em nossa frente. Chegamos. Cerveja pra todos? Não, só três copos e uma coca-cola. Estava com fome. Moço, trás um hambúrguer! Chegaram mais três na mesa. Depois mais quatro. Muita gente, muita conversa paralela, muita risada alta e muitas vozes ao mesmo tempo. Pouco se escutava da música que tocava dentro do barzinho. Sumi da mesa. Fui fumar onde ninguém pudesse me ver. Encostei no carro que estacionamos há cerca de uns dez metros dali. Quatro homens em frente ao carro. Pedi o isqueiro emprestado, me olharam de cima a baixo e me deram. Acendi na quarta vez. Devolvi e agradeci. Me olharam mais uma vez. Gays, eu pensei depois de ver dois dos rapazes se beijando. Sumi atrás do carro. A visão era fraca, estava sem meu óculos e a noite tudo embaçava-se em minha visão. Algo acontecera pouco antes de eu voltar a mesa. Tivemos que sair as pressas, eu pouco entendia. Uma briga acontecera com alguém na família do motorista. Fomos embora. Bebemos coca-cola durante a metade do trajeto. Se fizemos o roteiro até o local em uma hora, na volta fizemos em trinta minutos. Eu sozinha, ampliava meu espaço de visão e dava as coordenadas. Seguimos em frente. Chegamos. Mais uma briga de vinte minutos entre amigos. Entrei em casa. Brinquei com a minha nova salamanta. Dormi e, por sorte, nunca mais acordei.

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