3/14/2012

Evaporar.

As pupilas dilataram-se, as mãos suaram frio pedindo para serem limpas mais uma vez, o corpo esquentou-se em meio ao frio que aquele ambiente fazia - e se não fosse exagero, poderia até dizer que cheguei a temperatura do sol - a respiração tornou-se ofegante e as palavras, antes ditas em um tom mais grave e mais alto, tornou-se um leve sussurro abafado e por um breve instante pensei que os tempos de cólera haviam retornado, mas tudo isso não passara de uma grande emoção, a emoção de olhar-te bem fundo nos olhos e perceber que aquilo que eu sentira não era sintomas de doença alguma, era apenas meu corpo transmitindo tudo aquilo que eu não conseguia dizer em palavras: estou te precisando nesse exato momento. O que eu tinha não se pode ser classificado como doença, afinal, existe cura para a tal doença do amor? Não que eu saiba, ainda. Depois do breve momento em que eu realmente achei que estivesse ficado doente percebi que outros breves momentos iniciaram-se enquanto ele estava por perto. Eu quis gritar e sussurrar ao mesmo tempo, quis chorar e sorrir, quis abraçar e manda-lo embora, eu quis tantas coisas naquele instante - inclusive você - mas de nada adiantou, eu fiquei ali mais uma vez parada, pateta, olhando teus abraços envolverem outros abraços que não eram os meus, eu vi teus lábios beijando outros beijos que não eram os meus, eu vi teus olhos brilhando por outros olhos que não era os meus. Então, tive uma explosão de adrenalina e pensei comigo: agora ou nunca, ou vou adiante ou recuo minha tropa e mando meu coração aquetar-se. Dito e feito, fui atrás dos olhos, abraços e beijos daquele homem. Fui atrás porque, como diz minha mãe, não tenho mais vergonha na cara e assumo sempre o que faço e o que sinto, mesmo que eu me foda no final eu sempre fui assim: sinto demais, falo demais, quero demais! E eu queria tanto possuir aqueles olhos nos meus, eu queria tanto aqueles abraços sendo envolvido pelos meus, eu queria tanto que aqueles beijos fossem contratos selados nos meus. Mas não deu, você se foi. Outra vez outro romance arquitetado pela minha imaginação fértil não resistiu as borboletas no estômago e simplesmente se esvaiu no momento que você ultrapassou a porta e sumiu ao lado de outra mulher. Outra mulher! E, nossa, como eu queria ter sido essa mulher. Como eu queria ter sido sua mulher. Mas não foi eu, foi ela. E eu fiquei aqui parada, pateta, com cara de menina que acabara de ser repreendida diante dos amigos. E você, simplesmente, sumiu!

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