2/10/2012

Alimente-se, usufrua, liberte-se!

E a sociedade dos poetas - o pouco que restou deles - passa fome! Não digo do alimento que alimenta a carne humana, digo do que alimento que alimenta a alma. Para nós, pobres e sonhadores escritores, nada é tão importante quanto escrever, quando escrevemos passamos a libertar nossas almas de uma forma incrivelmente épica, quando nós escrevemos - seja um texto ou uma frase - nossa alma se alimenta, o único problema disso é que a fome da alma nunca sacia, ela sempre quer e pede mais. Então nós damos o que nossa alma pede e escrevemos, entra dia e sai noite e estamos logo ali, sentados em um café escrevendo sobre coisas que ainda não conseguimos entender. Quando a alma diz ter um pouco de fome, nós a alimentamos com a boa leitura e, quase sempre, ela sente-se satisfeita mas nunca é a mesma satisfação de quando somos nós quem escrevemos algo. Para a alma não importa sobre o que ou sobre quem escreveu, não importa se sua escrita é curta ou longa, tudo que importa é que você a sacie com sua escrita. Tenho pra mim que muitos poetas morreram de fome, não alimentaram suas almas e precisaram ser levados para um outro mundo. Acredito que todos tenham muito o que dizer só não acharam a maneira correta de faze-la, sei disso porque aprendi a entender o silêncio das pessoas através do meu próprio silêncio, aprendi a ler sorrisos e olhares e percebi que todo mundo tem sempre algo pra dizer, mas não sabem como. É nessas horas que a alma implora por alimento, é nesse momento que a alma lhe trás a ideia do que escrever. Sempre penso que a escrita tem pouco a ver com a imaginação e sim com o tamanho da fome que a sua alma tem. Por isso, caros poetas sobreviventes desse caos, alimentem suas almas! Alimentem a vocês mesmos com suas escritas, com boas leituras e nunca, nunca mesmo, deixem de escrever o que precisa ser escrito. O que escrevemos hoje, em um papel ou em um site, ecoará eternamente pelo nosso e por outros mundos.

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