8/29/2011

Medo do imprevisível.

Não gosto do imprevisível, o detesto na verdade. Imagina se relacionar com pessoas imprevisíveis? Imagine todos os dias você ter uma surpresa? Nem sempre acordo bem e consigo lidar com surpresas, às vezes me sinto tão insuportável que nem levanto da cama, imagina ter que lidar com o imprevisível de cada amanhecer?
Por essas e outras, gosto de rotinas. Gosto de acordar em um determinado horário, fazer coisas que faço todos os dias, tomar meio litro de café todas as manhãs e sobre-viver da melhor maneira possível. Quando saio da rotina, preciso enfrentar da forma mais positiva possível porque se não, acostumo. Sou fácil de me acostumar com mudanças, gosto delas quando são para o meu bel prazer, fora isso as detesto. Detestava, quando criança, mudar de endereços duas vezes no ano porque eu não era uma criança muito sociável, então, a coisa mais difícil para mim era fazer novas amizades. Sempre fui do tipo de criança que sentava na frente, que não costumava conversar com o colega de trás e nem fazer barulho em aula chata. Nunca fui do tipo de criança que gostava de coisas normais. As meninas da minha turma gostavam de brincar de boneca, de fazer comidinha ou pular corda. Eu gostava de jogar mini-game, fazer palavras cruzadas ou escrever músicas no fundo do caderno. Nunca tive um diário para escrever o meu dia-a-dia, e se tive devo ter usado uma, duas ou três vezes no máximo. Sempre gostei muito de meninos, pra tudo. Meninos eram mais imaginativos que as meninas. Quando fiz amigos verdadeiros, lá para os meus 8 anos de idade, tive que me mudar mais uma vez; foi a deixa mais dolorosa que já senti, devo ter chorado por uma semana inteira até ir para a nova escola. Quando a gente é pequeno e vai para uma escola nova, dá um medo danado. Acho que é porque a gente não sabe quem são as novas pessoas que vamos enfrentar ali diariamente. Depois que me mudei e fui para a tal nova escola, só arranjei três amigas. Todas com mais de 12 anos. E um amigo, que apesar de ser um adolescente, me dizia que gostava de mim. E eu gostava muito de Dragon Ball, então achava que ele gostava de mim o mesmo tanto que eu gostava desse desenho.
E mais uma vez o imprevisível reaparece e muda tudo de lugar, fazendo-me ir para outro lugar, estudar em uma outra escola, conhecer outras pessoas. Acho que me tornei tão anti-social por conta da minha infância "conturbada" na qual eu tinha que mudar de lugar em lugar para minha mãe se adaptar melhor ao emprego. Por falar em emprego, sempre tive uma idéia fixa na cabeça: quando crescer, comprarei uma casa em frente ao mar, um carro bom e morarei sozinha. As pessoas sempre me diziam que eu ia mudar de idéia, que eu ia escolher outro emprego e que tudo que eu dizia quando pequena mudaria quando eu crescesse, e cá estou eu pensando que quando eu me formar vou levar um tempo para conseguir juntar dinheiro para comprar tal casa em frente a praia e o carro bom, mas ainda sim realizarei tal sonho. Não acho que vou realizar tal sonho mais por mim, acho que vou realiza-lo por que as pessoas me diziam que eu não conseguiria, assim como elas fizeram quando eu tentava fazer algo e fracassava. Elas nunca entenderam que não é fracasso se você tentar e não conseguir, fracasso mesmo é não tentar e se dar por vencido antes mesmo de tentar.

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