1/05/2011

Alguma coisa sobre amor e destino (Parte II)

Me pego parada em frente a um fundo branco onde rabisco letras mas não digo nada,são só palavras soltas pelo caderno que se amontoam e se transformam num mar de palavras sem sentido pra quem lesse aquilo. Tenho analisado que parei de escrever,parei de falar sobre o amor e coisas do destino e passei a escrever algumas coisas forçadamente,o que no entanto ficou parecido com algumas cenas de um filme de terror sem lógica,acho que é assim que posso descrever como me sinto depois que o deixei partir. Fazem quatro ou cinco meses desde que o conheci e o deixei ir embora no mesmo instante. É complicado demais pra explicar todo o enredo,mas eu não sei o nome dele e nem ele o meu,não sei o número do telefone ou localização exata,não sei nem mais se ele ainda está vivo,só sei que me apaixonei por ele desde que o vi pela primeira vez,desde que a minha bolsa esbarrou no seu braço,desde que olhamos um para o outro enquanto um dos dois fingia não olhar e o outro olhava. Era uma quarta-feira e a noite ia chegando,o pôr-do-sol ainda estava em alta mas a friagem do anoitecer já tinha pairado pela cidade e eu ainda lembro de cor a roupa que ele usava naquele dia,e foi mágico,e foi sinistro e foi dor e amor ao mesmo tempo,uma estranha vontade de querer agarrar um desconhecido e dizer no mesmo instante que ele me chamou atenção,mas,sou tão decente na sociedade que não quis ser tão rude a ponto de perguntar seu nome. Ouvi sua voz,ele ouviu a minha mas nunca conversamos. Na verdade,ele me perguntou se eu queria que ele segurasse minha bolsa e eu recusei por pura vergonha,hoje me arrependo porque,quem sabe,se eu tivesse dado a bolsa e um sorriso ele me diria seu nome,telefone e hoje ele estaria deitado na cama do meu quarto junto a mim vendo um filme e não revirando meus pensamentos noite e dia. Eu,por acaso,achei ter encontrado ele pela cidade há algumas semanas e voltei naquele lugar no mesmo horário do dia seguinte pra verificar,não,acalme-se,eu não o encontrei e não me declarei,na verdade eu ainda estou dormindo todos os dias pensando qual a possibilidade de eu encontrar com ele por essa cidade tão grande. Eu volto ao lugar onde ele saltou desde a primeira vez que nos vimos desde então mas nada,nem uma pista,nenhum sinal dele e eu me sinto vaga,como se ele tivesse uma parte minha que eu quero de volta. Eu quero ele de volta sem mesmo saber quem ele é,sem mesmo saber o porque disso tudo,eu só preciso encontra-lo novamente e perguntar o seu nome e dizer que esse é o segundo texto que eu faço pra ele sem saber se um dia ele vai ler coisas que escrevi com tanto amor sem poder dá-lo e vai doer em mim,já tá doendo pra ser sincera,mas ai eu penso se dói nele também,se algum dia depois daquele dia de trocas de olhares e um punhado de silêncio quando queria dizer muito ele deitou em seu travesseiro e penso em mim,se pensou em mim como alguém especial,se lembrou dos meus olhos olhando pra ele pelo reflexo da janela,se ele pensou em me procurar mesmo sem pistas. É o meu maior medo: Procurar por alguém que não quer ser achado. E se ele tiver namorada? E se não se lembrar de mim? E se? E se,nada! Eu não penso mais nessas duas palavras ordinárias quando penso nele,eu só penso "que se": Que se eu encontra-lo eu vou contar pra ele tudo que eu senti durante esses meses,que em nenhum momento eu deixei de pensar nele,que eu imaginei como seria o beijo dele enquanto eu beijava outros garotos,que eu me imaginei com ele e com uma grande dose de amor. Eu só queria encontrar ele outra vez e eu prometo que eu faria tudo acontecer,eu só preciso de mais uma chance,uma unica chance.

Um comentário:

narduci disse...

Yasmim,

Achei que tu escreve bem. O jeito que tu põe forma nas coisas e o teu eu-lírico.
Gosto de autores 'desconhecidos'.
Estou seguindo teu blog. :)

Criei um blog com dicas de redação. Se puder passar por lá depois, agradeço.

http://www.papelcanetaeacao.blogspot.com/

Beijo.