10/04/2010

Culpando a insônia.

Já é segunda-feira e particulamente eu até gosto desse dia. É o dia onde tudo começa... a nova semana,a nova desculpa para uma nova dieta,dia de lembrar do porre do domingo. Mas,pra mim que ainda não dormi,ainda é domingo,ainda é aquele dia chato onde pessoas chatas ficam em casa assistindo programas humorísticos (sem graça,com certeza) sem esperar nada daquele dia. Dia de almoçar com a família,de ver um filme sem sentido,dia de pular de canal em canal até achar um tão chato que faça você cochilar no sofá. Pra mim,é dia de insônia. Tenho insônia com dia marcado,sim,ela só chega aos domingos e eu reluto contra ela pra ver se consigo dormir para o dia do começo de tudo (a tal segunda-feira) mas não hoje. Hoje eu quero mesmo sentir essa insônia.
Só faz alguns minutos desde que deixei meu lugar predileto:A cozinha. Não é bem meu lugar preferido mas é o mais solitário durante a madrugada,é onde me abrigo quando vem a insônia e foi lá que eu acendi um cigarro pra tentar encher os pulmões de vida,mesmo sabendo que ao contrário de encher-me de algo estará a me tirar cinco minutos de vida a cada cigarro tragado,mas não ligo...
Fumei esse cigarro como um viciado em reabilitação fumaria depois de tanto tempo: angústia,tremor,medo. Senti minhas pernas fraquejarem,bambearem,fugirem de mim. Quando dei por mim estava tonta,segurando nas paredes para não cair,minha mente rodava e eu tentava me concentrar em algum cômodo para não cair,andei até a porta da frente e me segurei na grade,respirei o ar da noite e voltei,ainda tropeçando no vento,para a cozinha. Assaltei a geladeira e comi alguma coisa que se alguém me perguntasse o nome eu não saberia responder,só sei que repeti três vezes e pelo gosto amargo do cigarro na boca pós dentes escovados e,lá no fundo,o gosto do que comi,diria que era uma fruta.
Acho que estou doente. Embora eu seja compulsiva para remédio,reneguei todos e deixei que a mãe natureza me curasse por si própria. Tentativa inválida.
Dei na cama e me cobri,rolei para um lado e para o outro,fechei os olhos e pensei em alguém que eu queria naquele momento,abri os olhos e levantei. Fui tomar um banho. Banho demorado,onde você parece mais lavar a alma do que só o corpo.
Minhas pálpebras querem se fechar mas algo na minha mente bloqueia o meu sono não querendo que elas fechem,como se eu precisasse me manter acordada para ver algum espetáculo.
Sinto meu nariz escorrer mas eu não cheirei cocaína,nunca cheirei,na verdade. Só parece. Meu estômago ainda luta por comida que apesar daquelas "frutas" não se viu nada o dia inteiro,exceto o almoço,e pede um pouco de comida.
Minha cabeça dói e pesa,como se eu precisasse mantê-la sustentada ali por um decreto e não por só ser parte de mim.
A verdade sobre a insônia é que eu não consigo suporta-la,embora quisesse de verdade tê-la hoje.
Deitei minha cabeça em cima da escrivaninha e na minha mente apareceu alguém. Quem? Ele! É,ele. E eu descobri o por que da minha insônia.
Ele é o motivo da minha insônia.
Ele só não sabe disso.
Talvez,nunca saberá.
Morre aqui esse sentimento.
É o fim.

Um comentário:

Lucia M. Ghaendt-Möezbert disse...

Adorei este texto! Intenso, mas sensível. Insônias sempre rendem alguma coisa, não?