5/25/2011

O pulso ainda pulsa.

Ela achava que não existia para o mundo, assim como o resto do mundo para ela não importava. Ela se cortava. Seus cortes eram tão profundos que ela precisava amarrar um pano umidecido para estancar o sangue. Ela sentia muita dor mas quase nunca contava sobre eles para alguém. Não era uma dor física, era totalmente emocional. Ela precisava conversar mas ninguém dava tempo para que ela pudesse se expressar. Ela já não falava com ninguém há um bom tempo e também não tinha mais vontade de existir. Muitas vezes tentou tirar sua própria vida. Ela fuma um cigarro atrás do outro com a intenção de que seus pulmões encham-se de fumaça e exploda no ar, mal sabe ela que o cigarro é o método mais longo e sofrido de se matar. Ela bebe,também. Com a intenção águda de que vai tirar de dentro do estômago aquilo habita seu coração. Mais um engano. Ela se rasga, ela sofre, ela sente. E ninguém vê. Ninguém quer saber. Ela tem morrido um pouco mais todos os dias e as pessoas apenas viram as costas e ela acha que isso é um sinal de "foda-se,morra,eu não me importo". Ela tentou se suicidar ontem. Hoje ela está escrevendo esse texto.

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